23 de fevereiro de 2013
O evento de Tunguska
O evento de Tunguska. A imagem mostra sinais da devastação mesmo 45 anos após o ocorrido. Há mais de um século, em 30 de junho de 1908, uma explosão descomunal foi detonada sobre uma região despovoada da Rússia. Muitos mistérios rondam esse evento. Afinal, como poderia tamanha explosão que agitou o campo magnético terrestre e iluminou o hemisfério norte por 3 dias não ter deixado uma cratera sequer, mas aplainou de forma exótica uma grande área de 2.150 km² da floresta siberiana e deixou 200 km² de árvores queimadas? O Evento de Tunguska foi uma queda de um objeto celeste que aconteceu em uma região da Sibéria próxima ao rio Podkamennaya Tunguska. Apesar de ainda ser assunto de debate, segundo os estudos mais recentes a destruição provavelmente foi causada pelo deslocamento de ar subsequente a uma explosão de um fragmento de cometa a uma altitude de 5 - 10 km na atmosfera, devido ao atrito da reentrada. Estima-se que a energia da explosão está entre 5 megatons e 30 megatons de TNT. Isso é aproximadamente igual a 1000 vezes a bomba lançada em Hiroshima na segunda guerra mundial e aproximadamente um terço da Tsar Bomba, a mais poderosa arma nuclear já detonada. A explosão teria sido suficiente para destruir uma grande área metropolitana. A explosão derrubou cerca de 80 milhões de árvores em uma área e 2150 quilômetros quadrados e estima-se que tenha provocado um terremoto de 5 graus na escala Richter. Ao inspecionar o local da explosão, os atordoados moradores locais encontraram terríveis cenas de devastação. Árvores haviam sido derrubadas como palitos de fósforos numa área de 30 quilômetros em torno. O intenso calor fundira objetos metálicos, destruíra depósitos e queimara muitas renas, matando-as. Nenhum animal da área sobreviveu, mas, milagrosamente, nenhum ser humano foi morto. Os efeitos da explosão de Tunguska foram ouvidos e sentidos a 1000 quilômetros ao seu redor. Testemunhas a 600 quilômetros dali, disseram que alguns pescadores foram atirados ao rio e cavalos foram derrubados por ondas de impacto, enquanto as casas tremiam e objetos caíam das prateleiras. O condutor do trem expresso Transiberiano parou a composição com medo de um descarrilamento, quando os vagões e a locomotiva começaram a tremer. Ondas sísmicas como as de um terremoto foram registradas em toda a Europa, assim como perturbações no campo magnético da Terra. Apesar de ser considerado o maior impacto terrestre na história recente da Terra, impactos de intensidade similar em regiões remotas teriam passado despercebidos antes do advento do monitoramento global por satélite nas décadas de 1960 e 70. A natureza do objeto que se chocou com a terra ainda é assunto de debate. A principal dificuldade com a hipótese do asteroide é que um objeto rochoso teria produzido uma grande cratera num impacto tão energético, e nenhuma cratera foi encontrada. Descobriram que as árvores foram danificadas de cima para baixo e, além disso, que as mais próximas do local do impacto ainda estavam em pé, embora descascadas e desgalhadas. As mais afastadas estavam achatadas e apontavam para a direção contrária ao centro da explosão. Se o objeto de Tunguska fosse um asteróide ou meteoróide, feito portanto de ferro e rocha, ou os fragmentos existem e não foram encontrados pelas seguidas expedições científicas soviéticas ou então, o objeto que veio pulverizou-se completamente na explosão. Mais de 30 hipóteses e teorias foram levantadas sobre o fenômeno de Tunguska. As mais exóticas falam de um meteorito feito de antimatéria, de um pequeno buraco negro que teria atravessado a Terra e até da queda de uma nave extraterrestre. Se o fenômeno houvesse ocorrido alguns minutos depois, dada a rotação da Terra, o ângulo de impacto incidiria em grandes cidades da região, provavelmente gerando incalculaveis mortes.
Foto: Associated Press
Texto de Diego Vieira
Fonte: Administração Imagens Históricas
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