12 de outubro de 2011

Animais podem prever terremotos


Animais podem prever terremotos

Na opinião dos sobreviventes do violento terremoto de Tangshan ocorrido em 1976, perto de Pequim, poderiam ter sido evitadas as mortes no tremor que abalou a província chinesa de Sichuan no dia 12 de maio passado, se as pessoas tivessem prestado mais ateção ao estranho comportamento dos animais.
Segundo relatos de sobreviventes, os cães ladraram selvagemente durante horas antes de o sismo golpear a região às 03:42 da madrugada. Os ratos e as serpentes se agitaram, saindo de suas tocas, como se estivessem enlouquecidos. Os cavalos e as vacas davam coices contra as paredes dos estábulos.
Sobreviventes afirmam que os animais tentavam dizer alguma coisa. Assim como em Tangshan, seria preciso ter sabido "ouvir" os animais antes do tremor de Sichuan, no sudoeste do país, que deixou pelo menos 86.000 mortos e desaparecidos.
Outro fato curioso, é que vários dias antes, centenas de milhares de sapos deixaram a cidade de Mianyang, perto do epicentro. Hoje, muitos vêem neste êxodo um sinal premonitório.
Embora seja difícil vincular com certeza ambos os fenômenos, os cientistas admitem que os animais, sensíveis a ondas sonoras, possam pressentir a iminência deste tipo de catástrofe. Há estímulos físicos e químicos que emanam da terra antes de um terremoto e provavelmente são sentidos pelos animais. Ao final de tudo, o estudo do comportamento dos animais poderia servir para desenvolver melhores instrumentos de detecção para previsões a curto prazo.
Os cientistas podem detectar sinais que elevam as possibilidades de que um terremoto ocorra, como as pressões sísmicas, as inclinações do solo ou as modificações dos campos magnéticos. Mas, até agora, estas técnicas não permitiram prever com exatidão um fenômeno destas características.
Nos anos 60, uma equipe de especialistas chegou à China para efetuar um estudo sobre a possível relação entre os comportamentos animais e os tremores. Em 1975, foi constatado, com incrível precisão, um tremor de magnitude 7,3 em Liaoning, uma província no noreste da China.
Mas a bibliografia sobre o assunto ainda é insuficiente para confiar totalmente na atitude dos animais.
Sabe-se que os animais podem sentir a chegada de um sismo, mas isto só pode ser um indício suplementar. Continua-se dependendo, principalmente, de metódos geológicos, apesar de sua incapacidade de poder detectar esses fenômenos com antecedência.
A tragédia na China terminou com a morte de 240.000 pessoas no dia 28 de julho de 1976.


Estudos em zoológico

Embora alguns cientistas não acreditem nessa hipótese de previsão de terremotos pelos animais, outros já vão mais a fundo.
O comportamento dos animais de um zoológico da província de Cantão, propensa a sofrer terremotos, se tornou uma das melhores armas para prever o fenômeno.
Com mais de 5 mil animais, o zôo de Cantão tem vários pontos de observação de pavões reais, rãs, serpentes, tartarugas, cervos e esquilos. Os pesquisadores registram as suas reações e informam ao departamento sismológico municipal.
Descobriu-se que muitos animais se comportam de maneira estranha antes de um terremoto. Como exemplo, os animais que estão hibernando despertam e fogem de suas casas, enquanto os animais aquáticos pulam da superfície da água.
Agora, observando estes comportamentos, eles esperam "prevenir melhor os terremotos e ajudar assim a salvar vidas". Segundo o departamento sismológico, antes de um movimento sísmico surgem reações anormais em cerca de 130 animais do zôo.
Os roedores e as serpentes, como outro exemplo, não deixam seus abrigos durante o dia. Mas quando perto de acontecer um terremoto, fogem o mais rápido possível.
Outros animais, como girafas e hipopótamos, também são muito sensíveis aos desastres naturais. O 'sexto sentido' de alguns animais é mais agudo que o dos humanos.
O uso de animais como detectores de terremotos não é novo na China. A região autônoma de Guangxi, também no sul do país e famosa por sua abundância em serpentes, utiliza os répteis para detectar melhor os tremores.
A Agência de Sismologia de Nanning, a capital regional, colocou câmeras de vídeo em fazendas de serpentes a fim de controlar seus movimentos 24 horas por dia, em busca de comportamentos estranhos.






Fontes: Yahoo / EFE

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