20 de maio de 2012
5 mitos sobre tempestades solares
Fim do mundo
Na sexta-feira (11), o Observatório de Dinâmica Solar (SDO), da Nasa, anunciou que novas movimentações na superfície do Sol vão produzir fortes explosões solares nos próximos dias.
Essa movimentação está relacionada com as manchas solares, regiões onde há uma redução de temperatura e pressão das massas gasosas no Sol, relacionadas ao seu campo magnético.
Somente em janeiro, foram detectadas duas erupções em um período de quatro dias seguidos por ondas com bilhões de toneladas de plasma percorrendo o espaço em direção a Terra com uma velocidade de 8 milhões de km/h.
Diante dessas explosões, são levantadas muitas hipóteses sobre quais os efeitos das tempestades solares na Terra. Adriana Válio, astrofísica da Universidade Presbiteriana Mackenzie, explica quais são os mitos sobre as tempestades solares.
A hipótese de o mundo acabar por causa de tempestades solares, por exemplo, é mito, “pois a maioria das consequências danosas da atividade solar ocorre apenas sobre equipamentos eletrônicos, como satélites, GPS, além de transformadores e linhas de transmissão de alta tensão, por exemplo,” explica.
Riscos para saúde
Muitas pessoas acreditam que as tempestades solares podem causar riscos imediatos para a saúde de quem está na Terra. Porém, apenas os astronautas e pilotos podem ser prejudicados.
“Os astronautas que estiverem fora da estação espacial podem, sim, sofrer uma dose de radiação letal de uma explosão solar”, conta. Por sua vez, tripulação e passageiros de voos de avião com rota transpolar (que passam pelos Polos) ou pilotos de aviões de caça que sobem em altitudes muito altas podem receber uma dose de raio X similar a de uma chapa do pulmão, segundo Adriana.
No entanto, Adriana explica que as tempestades podem aumentar a propensão ao câncer de pele. A radiação ultravioleta produzida pelo Sol aumenta periodicamente com o ciclo de atividade solar de 11 anos. “Esta radiação faz com que a quantidade de ozônio aumente de 1 a 2% durante o máximo do ciclo solar, que coincide com o período de máxima ocorrência das tempestades solares”, conta.
Como o ozônio ajuda a impedir a passagem dos raios ultravioletas, a população fica mais exposta a esse tipo de raio. Ele penetra profundamente e desencadeia reações e alterações celulares que, por meio de mutações genéticas, podem predispor ao câncer da pele.
Falha Eletrônica
Há também a hipótese de que conforme a intensidade da tempestade, tudo que é eletrônico pode falhar, inclusive os que equipam um avião. Porém, Adriana destaca que as partículas carregadas pelas tempestades solares afetam os equipamentos eletrônicos, o que causa picos de correntes capazes de danificar aparelhos ou queimar transformadores.
Porém, Adriana ressalta que apenas as tempestades muito intensas são capazes destes efeitos e felizmente são muito raras. “No caso do avião, o problema é com o sistema de navegação, seja por bússola, seja por um GPS, mas a estrutura do avião em si não sofre danos”, justifica.
Terremotos e tsunamis
Para quem acredita que tempestades solares de alta intensidade podem causar terremotos e tsunamis, Adriana destaca que isso é um mito.
Não existe evidência científica de nenhuma correlação entre a ocorrência de atividade solar ou terremotos e tsunamis (consequência de alguns terremotos) que são decorrentes da atividade geológica da Terra, sem influência do ciclo magnético solar.
Clima Terrestre
Com relação às tempestades solares alterarem o clima terrestre, Adriana diz que esse ainda é um assunto controverso. Ela explica que existem algumas evidências da que a temperatura média na Terra pode ser influenciada pela atividade solar em escalas de tempo de décadas.
Adriana conta que o melhor exemplo é o chamado mínimo de Maunder, um período de 70 anos de atividade solar extremamente baixa, entre aproximadamente 1650 e 1720, quando o Sol não apresentou quase nenhuma mancha escura em sua superfície.
“Neste período, foram registradas temperaturas anormalmente baixas na Terra”, explica. Um reflexo dessa situação pode ser visto nas pinturas da época, que retrataram pessoas patinando sobre rios como o Sena e Tâmisa congelados. Esse período ficou conhecido como pequena era glacial.
Fonte: Abril
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