Grandes erupções vulcânicas já tiveram efeito refrigerador no clima da Terra, mas o recente evento na Islândia é pequeno demais para trazer alívio ao aquecimento global antropogênico (causado pelo homem).
O evento marcante dessa capacidade de refrigeração vulcânica dos últimos 20 anos ocorreu em 1991, quando o Monte Pinatubo entrou em erupção nas Filipinas, resfriando a superfície terrestre em 0,5 grau Celsius no ano seguinte, o suficiente para compensar o impacto dos gases causadores de efeito estufa entre 1991 e 1993.
Um episódio refrigerador menor ocorreu em 1980, quando o Monte Santa Helena, no estado americano de Washington, teve seu topo pulverizado, um evento que embora tenha sido impressionante, expeliu apenas um décimo do material liberado pelo Pinatubo.
O resfriamento se explica por uma fórmula simples: o vulcão libera grande quantidade de cinzas vulcânicas e dióxido de enxofre, que são transportados para a estratosfera, camada da atmosfera acima da troposfera, a mais próxima da superfície.
Lá, fenômenos físico-químicos criam uma fina camada de partículas esbranquiçadas que, durante meses ou anos, circundam a Terra e refletem parte dos raios solares, impedindo que a radiação atinja o solo.
Basicamente, é como colocar um escudo refletor sobre o pára-brisa do carro, impedindo que o interior aqueça demais.
Mas a erupção do vulcão na geleira Eyjafjallajokull foi pequena demais, não produzindo enxofre suficiente, e sua pluma circundou a uma altitude baixa demais para ter qualquer impacto climático.
Qualquer efeito será "muito insignificante".
No momento, estamos olhando para algo que é cerca de 100 vezes menor do que o Monte Santa Helena. Na escala em que está agora, é relativamente improvável que tenha qualquer efeito perceptível no clima.
Com o Pinatubo, as cinzas chegaram a 18.000 metros de altitude nos trópicos.
Não é a mesma situação neste caso, onde a pluma está, em média, a 6 mil metros, com picos de 11 mil metros. Além disso, essa é uma parte da atmosfera (a troposfera), onde há ventos potentes, que têm grande efeito dissipador.
Os cientistas chegaram a afirmar que a erupção da geleira islandesa poderia ter um efeito regional no clima da Europa, mas só se durasse alguns anos.
Na década de 1780, uma grande erupção no sul da Islândia levou cerca de dois anos e gerou grande quantidade de enxofre.
Isso causou um 'smog' terrível, as colheitas foram afetadas pela chuva ácida e a qualidade do ar ficou realmente muito ruim. Mas foi preciso dois anos (de erupção) para causar esse efeito e certamente não estamos confrontados com algo semelhante agora.
Outra hipótese é que a atual erupção poderia desencadear outra ainda maior, no vizinho vulcão Katla.
Em 1821-1823, o atual vulcão entrou em erupção e depois se silenciou. Ao fim do ciclo, foi a vez do Katla entrar em erupção.
Novas imagens do vulcão Eyjafjallajokull
Confira abaixo novas e incríveis imagens do vulcão da Islândia.
Fonte: G1 / Sugestão: Wilson Freitas
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