4 de dezembro de 2011

Ciência tenta desvendar campo magnético da Lua



Quando os astronautas da missão Apollo 11, de 1969, retornaram à Terra com cerca de vinte e dois quilos de rochas e solo lunar, cientistas surpreenderam-se ao descobrir que algumas das amostras eram magnetizadas. A lua não tem um campo magnético, portanto deve ter tido algum passado magnético desconhecido.
Alguns cientistas pensavam que esse passado limitava-se a ondas de magnetismo de um dia de duração, criadas por impactos de asteroides, mas, em 2009, uma análise revelou rochas lunares tão fracamente magnetizadas que só poderiam ter se formado resfriando-se lentamente sob a influência de força magnética constante. Em algum momento, portanto, a Lua deve ter tido um campo magnético semelhante ao da Terra.
Mas como isso é possível? "Se a Terra tivesse o tamanho da Lua", diz Christina Dwyer, uma cientista planetária da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, "ela não teria um campo magnético". As diferenças de temperatura interna não seriam suficientemente grandes para perturbar seu núcleo líquido externo e mover o dínamo magnético".
Dois novos estudos, ambos publicados na revista Nature, sugerem o que pode ter acontecido: se o manto da Lua girasse contra o seu núcleo exterior (que estava e ainda pode estar liquefeito), ele agitaria o núcleo externo, assim como uma colher no café quando se muda abruptamente do sentido horário para o anti-horário.
Uma teoria do que teria causado as rotações opostas, apresentada pela equipe de Dwyer, é que a forte maré gravitacional da Terra sobre uma Lua mais jovem e mais próxima criou um momento de força do manto lunar contra o núcleo. A outra teoria, sugerida por Michael Le Bars, do Instituto de Pesquisa de Fenômenos de Não Equilíbrio em Marselha, na França, e outros pesquisadores, é que colisões intermitentes de asteroides podem ter feito, em alguma época, o manto girar como uma bola de basquete durante dez mil anos.

Fonte: Abril

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