23 de fevereiro de 2013

O Barão Vermelho: o Às dos Ases.



 Como uma águia sobrevoando de forma absoluta sua presa, o Barão Vermelho alimentou seu instinto de predador abatendo ingleses, franceses e canadenses, durante a Primeira Guerra Mundial. Apesar de sua ferocidade nos primeiros dogfight's da História, obteve o respeito e a admiração dos seus adversários – pelos quais, inclusive, foi enterrado com as honrarias do verdadeiro herói. Considerado o às dos ases, o alemão Manfred Von Richthofen possuía uma incrível destreza de caça que o fez neutralizar 80 aviões inimigos. Manfred também era, de fato, um barão. O título nobiliárquico hereditário de Freiherr (Barão) foi concedido à família pelo antigo Imperador da Prússia, Frederico, o Grande, em 1741. Construiu sua reputação destruindo inimigos entre 1916 e 1918, contudo, obedecia ao antigo código de honra da cavalaria – da qual fez parte entre 1914 e 1915. Nos combates, depois de abater aviões adversários, não admitia a perseguição destes já neutralizados – normalmente em chamas – apenas para matar o piloto. Jamais atirava no piloto que saltasse de paraquedas ou tentasse escapar em terra. Apesar dos horrores da guerra em terra, Manfred acreditava que, ao menos no ar, as românticas regras da cavalaria medieval deveriam ser praticadas à risca. No início de 1917, Manfred decidiu pintar seu avião de vermelho (o biplano Albatroz D.III; posteriormente, o triplano Fokker Dr. I). Pintou inteiramente seu avião de vermelho por dois motivos: o primeiro como uma referência ao seu antigo regimento de Cavalaria dos Ulanos (cavalaria leal à monarquia do Kaiser Guilherme II); o segundo, sendo extremamente desafiador: para que todos soubessem de quem se tratava. Após isso, auferiu diversos apelidos dos seus adversários – "Diabo Vermelho" dos franceses e "Cavaleiro Vermelho" e "Barão Vermelho" dos ingleses. Em 21 de Abril de 1918, ainda ferido de um combate anterior, o Barão Vermelho ergueu seu triplano vermelho-sangue aos ares pela última vez. No norte da França, Manfred quebrou uma regra própria, deixando a formação para entrar em disputa com Camel’s (biplanos ingleses). Manfred caçou sua última presa atrás das linhas inimigas, mesmo já tendo outros caças no seu encalço. Atacado por céu e terra, foi atingindo por um tiro que lhe perfurou o coração e o pulmão. O gigante dos ares, que ainda contava 25 anos de idade, foi abatido pouco antes do término da guerra. Ironicamente, há algum tempo o próprio Manfred teria dito: "Se eu sair vivo desta guerra é porque eu tive mais sorte do que cérebro". Pela grandeza do às dos ases, até hoje existe uma discussão sobre quem teria dado o tiro certeiro. A força aérea britânica reconhece o inglês Roy Brown como autor do tiro fatal; o artilheiro australiano Robert Buie também reivindicou ter feito o disparo – entre muitos outros. Após uma reconstituição feita em 1998, revelou-se que o tiro certeiro fora disparado das trincheiras. O tiro teria saído da metralhadora antiaérea do australiano Cedric Popkin, que morreu sem saber da sua suposta proeza. O Barão Vermelho caiu em território inimigo, mas seu corpo foi velado com todas as honrarias militares, por sua grande atuação em combate e um exemplo a ser seguido. Manfred Von Richthofen tornou-se a maior lenda da aviação mundial – o às dos ases. Uma curiosidade: Muitos acreditam que o Barão Vermelho tenha algum parentesco com o pai de Suzane Von Richthofen – a que assassinou os pais com a ajuda dos irmãos Cravinhos. Esse suposto parentesco foi bem noticiado na imprensa nacional, mas negado pelos descendentes do piloto. O pai de Suzane seria sobrinho-neto do poderoso Barão Vermelho.


Texto: Eudes Bezerra.
Fonte: Administração Imagens Históricas.


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